Exclusivo: Em entrevista Oscar Guedes fala sobre Política e o Turismo de Gentio do Ouro
O ex-secretário de turismo de Gentio do Ouro, Oscar Guedes, concedeu uma entrevista ao Jornal Pagina Revista, a matéria foi veiculada na manhã desta quarta-feira (11).
O publicitário abordou temas sobre o turismo local e fez surpreendentes revelações.
“Acredito que ingressei no cargo mais por ter ajudado a eleger o prefeito e não por outros atributos, pois na política, infelizmente, é assim: geralmente, as nomeações para um cargo de chefia não acontecem por ter competência e demais qualificações que a pasta exige e, sim, na base da politicagem mesmo”, revela Guedes.
Pagina Revista | Você esteve secretário de Turismo do município de Gentio do Ouro/BA por um período. Como se deu o seu ingresso, e por quais razões aceitou o cargo?
Oscar Guedes | Sim, eu estive secretário, entre 31 de março de 2017 e 29 de janeiro de 2019. Nas eleições municipais de 2016, eu me candidatei ao cargo de vereador; não fui eleito, fiquei na suplência. Durante a campanha, ajudei a eleger o atual prefeito. Percorri os quatro cantos do município, pedindo votos para mim e também para o candidato a prefeito. Todos os recursos da minha campanha foram originados de doações próprias. Logo após as eleições, na primeira conversa com o prefeito eleito, manifestei a minha grande vontade de fazer parte da gestão, para poder morar e trabalhar pelo Município. Ele, sabendo do meu gosto pela área turística com base no trabalho que já desenvolvo, principalmente em Santo Inácio, acatou a minha sugestão e foi feito o convite para o cargo de secretário de Turismo. Não pensei duas vezes e aceitei, mesmo com uma redução no meu salário para pouco menos da metade, pois, quando um servidor público federal é cedido para um município só tem direito ao vencimento básico do cargo de origem, quando escolhido esta remuneração ao invés dos subsídios do cargo de secretário. Estava muito a fim de passar um tempo em Santo Inácio e tentar desenvolver o Turismo no Município. Foi praticamente uma missão social. Acredito que ingressei no cargo mais por ter ajudado a eleger o prefeito, e não por outros atributos, pois na política, infelizmente, é assim: geralmente, as nomeações para um cargo de chefia não acontecem por ter competência e demais qualificações que a pasta exige e, sim, na base da politicagem mesmo.
Pagina Revista | Em toda a história política do Município, você foi o único secretário de Turismo que exerceu a função com maestria, diferencial, muitas das vezes buscando parcerias junto à comunidade. Quais as principais dificuldades encontradas quando secretário?
Oscar Guedes | Primeiramente, agradeço pelo reconhecimento, principalmente vindo de um gestor de comunicação ‘antenado’ com os acontecimentos da região. Encontrei muitas dificuldades. Na ocasião do convite para o cargo, o prefeito eleito prometeu exatamente assim: “Você formará a sua equipe de trabalho na secretaria”. Quando fui empossado, a promessa já mudou e só autorizou apenas a contratação de um assessor administrativo. Eu havia feito um planejamento para iniciar com pelo menos quatro funcionários fixos, que seriam eu, uma vaga para Santo Inácio, uma para Gameleira do Assuruá e outra para a sede do Município. Com a autorização de apenas uma contratação, escolhi alguém da sede, onde daria um suporte maior, e eu fiquei mais no suporte fora da sede, onde estão muitas localidades e atrativos com muito potencial turístico. Diante dessa “equipe” mega enxuta, tive que me desdobrar, “me virar nos trinta”. Não só parcerias com a própria comunidade foram realizadas, como também com o setor privado dentro e fora do Município, várias parcerias com instituições educacionais na região e muitas parcerias com viajantes mochileiros, inclusive estrangeiros. Tentei abraçar todas as oportunidades possíveis; com poucos recursos transformava-os em ações com visibilidade e aceitação, executei ações focando em detalhes importantes que fazem a diferença e que nem todos têm iniciativa, atitude e coragem de fazer. Foquei muito na limpeza das localidades-chave para o Turismo e dos atrativos. Considero a limpeza uma das principais bases para um melhor desenvolvimento e um futuro próspero. Tentei desenvolver uma infraestrutura turística a altura do potencial do Município, algumas ações foram realizadas, outras iniciadas, a maioria não foi autorizada e sempre o prefeito alegava falta de recursos. O cemitério de Santo Inácio, por exemplo, só foi realizada a reforma da frente e a Secretaria de Turismo foi praticamente impedida de terminar o serviço. Dentro da gestão municipal é muito atrito, ciumeira, desunião. Ouço falar que nas prefeituras, em geral, ocorrem muito disso. Porém, percebo que na gestão municipal de Gentio do Ouro ocorrem mais atritos e desuniões por falta de mais liderança por parte do prefeito em botar ordem na casa. Tanto que enxergo que em outros municípios, inclusive da região, tem prefeitos com pulso forte para saber melhor conduzir seu grupo político. Vejo que falta o prefeito de Gentio do Ouro dialogar mais e com firmeza com sua equipe para que tenham mais união, pois equipe desunida não rende e quando chegar à próxima campanha ficará complicado obter êxito com o próprio grupo se odiando. O prefeito, em geral, é muito refém do Legislativo. Se um vereador se incomoda com o trabalho de um secretário ou diretor e pressiona para não autorizar isso ou aquilo, ele (o prefeito) acaba cedendo às pressões por medo de perder apoios. Aconteceu muito isso de um vereador pressioná-lo contra mim e o prefeito atendê-lo. Existe muita injustiça e falta de profissionalismo nas prefeituras. Muitas vezes tive que tirar do meu bolso para executar alguma ação, ao ter direitos negados. Tudo isso e muitas vezes por marcação, enquanto sabemos que com certas pessoas o tratamento é diferenciado, assim como sabemos que a situação financeira do município de Gentio do Ouro é confortável, principalmente devido aos impostos arrecadados com o complexo eólico. Vejo também que falta mais eficiência na execução dos projetos, pois é estranho muitas obras que nunca começam ou nunca parecem terminar. A Câmara de Vereador aprovou o Plano Plurianual 2017/2012 com previsão de 1 milhão de reais de gastos em quatro anos para o Turismo no Município, e quando estive secretário creio que não foram gastos com ações nem 150 mil em quase dois anos.
Achei injusto também, a divisão dos cargos, quando começou a atual gestão. Muitos secretários e suplentes de vereador que fizeram campanha e ajudaram a eleger o prefeito, sequer foram ouvidos para sugerir ou indicar cargos contratados pela prefeitura, já que se leva em conta a votação na hora de dividir os cargos. Em Gameleira do Assuruá, por exemplo, eu fui o segundo mais votado do grupo e nem isto foi considerado, ficando o prefeito refém mais uma vez de um vereador que escolheu todos os cargos da localidade.
Cobranças para estruturar a secretaria não faltaram. A de Turismo precisa de um veículo oficial, de mais profissionais, de equipamentos, de uma sede própria que pode funcionar dentro de um centro de atendimento ao turista, por exemplo. Inclusive, em 2018, sugeri ao prefeito a implantação de um centro de atendimento ao turista em Santo Inácio. Ofereci gratuitamente a garagem da minha residência que fica na entrada da vila, em uma localização estratégica e privilegiada, onde funcionaria também uma biblioteca e uma loja de artesanatos sem fins lucrativos e com o objetivo de ajudar os produtores do Município e também oferecer ao visitante a possibilidade de comprar uma lembrança. E seria contratada uma pessoa para o atendimento que iria, entre outras funções, orientar os visitantes em relação aos atrativos locais, indicação de guias, valores dos passeios, distribuição de material promocional etc. E a Secretaria de Turismo não foi atendida!
Pagina Revista | Oscar Guedes, uma equipe do Globo Repórter (Rede Globo de Televisão) esteve em Santo Inácio com o objetivo de coletar informações relevantes e diferenciadas, saber dos costumes dos moradores, da cultura local, entre outros. E sabemos que a presença dessa equipe começou a partir de uma publicação sua falando sobre a possibilidade de Santo Inácio ser a tão famosa e procurada “cidade perdida” do Brasil, compartilhada por vários meios de comunicação online e escrito, a exemplo do Pagina Revista. O que isso tudo significa para você?
Oscar Guedes | O repórter José Raimundo entrou em contato comigo, em 30 de janeiro, deste ano, um dia após eu pedir a minha exoneração do cargo de secretário. Ele me ligou para saber mais sobre uma publicação que fiz relacionando Santo Inácio com uma cidade perdida. Aproveitei a oportunidade e repassei o máximo de informações sobre a região de Santo Inácio, assim como as melhores imagens do meu arquivo; passamos a manter contato e sempre procurando atendê-lo da melhor forma para que tudo desse certo, e deu. A produção do programa optou por não direcionar a reportagem sobre o entorno de Santo Inácio ser “Cidade Perdida do Manuscrito 512” e a “Cidade Z do explorador inglês Percy Fawcett”, como afirma não ter dúvidas o pesquisador espanhol Juan Francisco Cerezo Torres. Acredito que preferiram direcionar mais para a pauta geral do programa que é “Bahia Desconhecida”. Também a produção exigiu a presença, em Santo Inácio, do espanhol Juan Torres para entrevistá-lo sobre a pauta “cidade perdida”, mas a vinda dele não foi possível.
Independentemente de focar sobre a cidade perdida ou até mesmo de ser entrevistado, o mais importante está sendo esse auge da localidade no cenário nacional e em muitos países onde a Globo alcança através da Globoplay. Significa um momento único, ímpar. Significa que devemos sempre acreditar em nossos objetivos e sonhos. Sempre acreditei no potencial de Santo Inácio, um lugar encantador. E o engraçado que sempre pensei na possibilidade de um dia Santo Inácio ser noticiado na grande mídia, pois potencial para ser destaque tem de sobra. Hoje, olho para trás e vejo o quanto cada detalhe e ação, por mais simples que foram, somaram para melhor conduzir cada resultado, ao longo desses quinze anos em que me instalei na localidade. As imagens aéreas produzidas pela produção do Globo Repórter, que irão ao ar nesta sexta-feira 13, estão um espetáculo!
Se por um lado acontecem resultados surpreendentes na vila de Santo Inácio, por outro lado é lamentável como o poder público em geral não leva a sério o Turismo no Brasil. Não só em Santo Inácio, como no município de Gentio do Ouro, assim como em muitos municípios brasileiros, falta uma infraestrutura adequada para o Turismo prosperar. Enquanto Santo Inácio consegue chamar a atenção da maior emissora de TV do Brasil e de um dos programas com grande audiência, a prefeitura parece não estar nem aí. Logo após as gravações para o Globo Repórter, eu articulei de todas as formas para tentar sensibilizar a gestão sobre a importância de fazer um trabalho neste momento único, porém foi em vão. Repassei muitas ideias, todo um planejamento; quais as prioridades para receber os novos visitantes que começarão a vir após a exibição da reportagem e, até então, não foi feito nada. Alertei inclusive sobre o prazo, que é importante agilizar sobre o que deve ser feito, e nada. Se existe algo para fazer, ainda não foi feito, e penso que deveria ter colocado muitas ações em prática era antes da exibição do programa e não deixar tudo para depois. É importante executar projetos voltados diretamente para o Turismo. A Câmara Técnica Chapada Velha, responsável também por conduzir o Turismo no Circuito Chapada Velha, que desde junho de 2017 é coordenada por Jace Araújo, secretária de Turismo de Barra do Mendes, também precisa desenvolver mais ações, por mais simples que sejam, envolvendo todos os municípios que fazem parte do circuito Chapada Velha. Não existe uma ação sequer colocada em prática, até então, através da Câmara Técnica Chapada Velha, nesses mais de dois anos, e nem antes. Quanto uma prefeitura não gasta para manter uma diretoria ou uma secretaria, para um diretor ou secretário participarem de reuniões e que muitas vezes não levam a lugar nenhum? Muitas vezes deixei de ir a alguma reunião por perceber que não acrescentaria em nada, preferindo focar nas ações.
Pagina Revista | Uma reportagem desse porte beneficiará o Município de que modo, em seu ponto de vista?
Oscar Guedes | Não só Santo Inácio, como todo o Município e a região serão beneficiados. Fomos praticamente presenteados com essa divulgação através dessa reportagem que irá ao ar, na próxima sexta, dia 13 de setembro. A previsão é que será mais visitado, muito mais do que o aumento que houve nos últimos dois anos. E qual o lugar que não quer ser mais visitado principalmente por turistas com um maior poder aquisitivo e dinheiro para gastar? É preciso, agora, o município se organizar para abraçar os ganchos e oportunidades que virão, seja a prefeitura ou a população em geral. Se o próprio município de Gentio do Ouro não procurar se organizar com o objetivo de prosperar o Turismo, vai perder espaço para municípios vizinhos como Xique-Xique e Barra. Os visitantes, em vez de se hospedarem e gastarem mais no município de Gentio do Ouro vão acabar migrando mais para essas cidades vizinhas por oferecerem uma infraestrutura mais adequada. Sendo assim, o Turismo no município de Gentio do Ouro, principalmente em Santo Inácio e Gameleira do Assuruá continuará se limitando aos bate-voltas. Até para fazer um “day use”, é necessário infraestrutura.
Pagina Revista | Santo Inácio antes, e depois de Oscar Guedes. As mudanças são notadas, estão estampadas na região. Você é parte viva do Município, especialmente de Santo Inácio. Quais sentimentos contém em você, ao se dar conta da importância imensurável para Turismo na região?
Oscar Guedes | E olha que eu não fiz nem a metade do que eu gostaria de ter feito! E o prefeito sabe disso, embora não seja capaz de assumir por questões políticas, por eu ter saído insatisfeito da gestão. Em nenhum momento, entrei no gabinete para solicitar algo pessoal ou para tramar irregularidades. Todas às vezes que me reuni foi para solicitar benefícios para todos, melhorias para o Município. As mudanças, em Santo Inácio, começaram antes de ocupar o cargo de secretário, pois sempre que posso faço algo, invento uma ação, organizo mutirões, procuro cuidar do lugar assim como todos devem zelar do condomínio que mora, da rua, do bairro, da cidade. Torço para que deem continuidade e conservem o que foi feito.
Portanto, sinto o dever cumprido de tentar mudar a realidade para melhor, seja como ser humano, cidadão ou gestor. De ter procurado cumprir a minha missão nesta vida da melhor forma possível. E, se tratando de lugar, escolhi praticamente “adotar” Santo Inácio. Sinto algo inexplicável, muito além da beleza encantadora. Talvez, a energia do lugar. Também desconfio ser algo com o ar que respiramos ou a água que bebemos. Sinto uma força infinita quando estou lá, observada e sentida até pelas pessoas que me conhecem e me acompanham.
Pagina Revista | Depois que você deixou a pasta, como ficou a Secretaria de Turismo do Município? Alguma evolução, ou está sem secretário?
Oscar Guedes | Está sem secretário, até então. Em maio, o prefeito resolveu nomear uma diretora de Turismo, provavelmente para a pasta não ficar sem ninguém, considerando que este era um dos pré-requisitos para o Município continuar no Mapa do Turismo Brasileiro, ao qual foi inserido pela primeira vez na minha gestão. Por falar em Mapa do Turismo Brasileiro, o Município entrou, em 2017, na categoria “E”. Em 2018, subiu para a categoria “D”. E, agora, em 2019, depois da minha saída, foi rebaixado para a categoria “E”. Até por questão de economicidade, logística e praticidade, quem deve estar à frente do Turismo no Município, em minha opinião, tem de ser uma pessoa de Santo Inácio ou Gameleira do Assuruá. Por quê? Para estar mais presente, ter mais conhecimento do lugar, para evitar mais gastos com deslocamentos, para melhor receber os visitantes, para estar acompanhando mais os acontecimentos e ações, entre outros, levando em conta que o maior potencial turístico do município está na região entre Santo Inácio e Gameleira do Assuruá. Alguns até discordam quando digo isso, talvez por ciúmes ou bairrismo. A melhor resposta para quem me criticava por investir mais em Santo Inácio foi a recente vinda da Rede Globo na região que só escolheu a “cidade de pedras” para quatro dias de filmagens para serem exibidas em quase um bloco inteiro do programa Globo Repórter e que será apresentado no primeiro bloco, o que tem mais audiência.
Pagina Revista | Como Guedes vê o futuro de Santo Inácio na rota do Turismo no Brasil?
Oscar Guedes | Santo Inácio tem tudo para ser um destino não só nacional como também internacional, como sempre acredito, desde 2004, ano que comecei a me instalar na vila. Essa desculpa que “porque não chove muito na região” é balela. Santo Inácio reúne uma diversidade de atrativos, desde belezas naturais que independem de chuva como uma infinidade de sítios arqueológicos principalmente de pinturas rupestres, além de aspectos históricos, culturais, religiosos, e desde o misticismo que ajuda o lugar a ser um refúgio. É fácil falar que não chove muito na região, mas o que tem feito o poder público e a população para conservar e preservar o meio ambiente e assim plantar dias vindouros mais chuvosos? Pesquisas e indícios indicam que chovia muito mais na região, há alguns séculos, quando tínhamos até rios correndo e descendo a serra, juntamente com riachos mais volumosos, que se interligavam o ano inteiro com o rio São Francisco, passando diretamente e em ciclo único onde “era” a Lagoa de Itaparica.
Se existe capacidade para destruir tudo, é preciso usar a capacidade para reverter essa situação. Ainda sobre o futuro de Santo Inácio, tudo vai depender dos investimentos do poder público em geral. Ultimamente, venho questionando, inclusive no grupo da Câmara Técnica Chapada Velha no WhatsApp: “O que a Secretaria Estadual de Turismo da Bahia (SETUR/BA) e o Ministério do Turismo tem feito pelo Circuito Chapada Velha da Chapada Diamantina? Praticamente nada! E, mesmo que o Município corra atrás, não é bem assim! O próprio sistema é muito injusto. Turismo, Meio ambiente e Cultura, infelizmente, não são prioridades neste país e, muitas vezes, nem em segundo plano tem uma atenção básica devida. Depois da minha experiência como secretário de Turismo de Gentio do Ouro, cheguei a conclusão que deve-se diversificar os investimentos. Educação, Saúde, Assistência Social, entre outras poucas pastas, recebem recursos automáticos todos os meses. Enquanto outras áreas, tão importantes como, não recebem um centavo dos governos estadual e federal. Ah, mas tem os convênios! Os convênios para o Turismo é uma novela em forma de piada! Lançam o edital, a secretaria municipal cumpre todos os “pré-requisitos” na expectativa de ser contemplada. Pode ser o melhor projeto do mundo que na prática não é assim que funciona. Tudo vai depender da politicagem, do “toma lá dá cá”, e para quem tem o perfil técnico ou mais técnico, acaba não sendo devidamente beneficiado.
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O ex-secretário de turismo de Gentio do Ouro, Oscar Guedes, concedeu uma entrevista ao Jornal Pagina Revista, a matéria foi veiculada na manhã desta quarta-feira (11).
O publicitário abordou temas sobre o turismo local e fez surpreendentes revelações.
“Acredito que ingressei no cargo mais por ter ajudado a eleger o prefeito e não por outros atributos, pois na política, infelizmente, é assim: geralmente, as nomeações para um cargo de chefia não acontecem por ter competência e demais qualificações que a pasta exige e, sim, na base da politicagem mesmo”, revela Guedes.
Pagina Revista | Você esteve secretário de Turismo do município de Gentio do Ouro/BA por um período. Como se deu o seu ingresso, e por quais razões aceitou o cargo?
Oscar Guedes | Sim, eu estive secretário, entre 31 de março de 2017 e 29 de janeiro de 2019. Nas eleições municipais de 2016, eu me candidatei ao cargo de vereador; não fui eleito, fiquei na suplência. Durante a campanha, ajudei a eleger o atual prefeito. Percorri os quatro cantos do município, pedindo votos para mim e também para o candidato a prefeito. Todos os recursos da minha campanha foram originados de doações próprias. Logo após as eleições, na primeira conversa com o prefeito eleito, manifestei a minha grande vontade de fazer parte da gestão, para poder morar e trabalhar pelo Município. Ele, sabendo do meu gosto pela área turística com base no trabalho que já desenvolvo, principalmente em Santo Inácio, acatou a minha sugestão e foi feito o convite para o cargo de secretário de Turismo. Não pensei duas vezes e aceitei, mesmo com uma redução no meu salário para pouco menos da metade, pois, quando um servidor público federal é cedido para um município só tem direito ao vencimento básico do cargo de origem, quando escolhido esta remuneração ao invés dos subsídios do cargo de secretário. Estava muito a fim de passar um tempo em Santo Inácio e tentar desenvolver o Turismo no Município. Foi praticamente uma missão social. Acredito que ingressei no cargo mais por ter ajudado a eleger o prefeito, e não por outros atributos, pois na política, infelizmente, é assim: geralmente, as nomeações para um cargo de chefia não acontecem por ter competência e demais qualificações que a pasta exige e, sim, na base da politicagem mesmo.
Pagina Revista | Em toda a história política do Município, você foi o único secretário de Turismo que exerceu a função com maestria, diferencial, muitas das vezes buscando parcerias junto à comunidade. Quais as principais dificuldades encontradas quando secretário?
Oscar Guedes | Primeiramente, agradeço pelo reconhecimento, principalmente vindo de um gestor de comunicação ‘antenado’ com os acontecimentos da região. Encontrei muitas dificuldades. Na ocasião do convite para o cargo, o prefeito eleito prometeu exatamente assim: “Você formará a sua equipe de trabalho na secretaria”. Quando fui empossado, a promessa já mudou e só autorizou apenas a contratação de um assessor administrativo. Eu havia feito um planejamento para iniciar com pelo menos quatro funcionários fixos, que seriam eu, uma vaga para Santo Inácio, uma para Gameleira do Assuruá e outra para a sede do Município. Com a autorização de apenas uma contratação, escolhi alguém da sede, onde daria um suporte maior, e eu fiquei mais no suporte fora da sede, onde estão muitas localidades e atrativos com muito potencial turístico. Diante dessa “equipe” mega enxuta, tive que me desdobrar, “me virar nos trinta”. Não só parcerias com a própria comunidade foram realizadas, como também com o setor privado dentro e fora do Município, várias parcerias com instituições educacionais na região e muitas parcerias com viajantes mochileiros, inclusive estrangeiros. Tentei abraçar todas as oportunidades possíveis; com poucos recursos transformava-os em ações com visibilidade e aceitação, executei ações focando em detalhes importantes que fazem a diferença e que nem todos têm iniciativa, atitude e coragem de fazer. Foquei muito na limpeza das localidades-chave para o Turismo e dos atrativos. Considero a limpeza uma das principais bases para um melhor desenvolvimento e um futuro próspero. Tentei desenvolver uma infraestrutura turística a altura do potencial do Município, algumas ações foram realizadas, outras iniciadas, a maioria não foi autorizada e sempre o prefeito alegava falta de recursos. O cemitério de Santo Inácio, por exemplo, só foi realizada a reforma da frente e a Secretaria de Turismo foi praticamente impedida de terminar o serviço. Dentro da gestão municipal é muito atrito, ciumeira, desunião. Ouço falar que nas prefeituras, em geral, ocorrem muito disso. Porém, percebo que na gestão municipal de Gentio do Ouro ocorrem mais atritos e desuniões por falta de mais liderança por parte do prefeito em botar ordem na casa. Tanto que enxergo que em outros municípios, inclusive da região, tem prefeitos com pulso forte para saber melhor conduzir seu grupo político. Vejo que falta o prefeito de Gentio do Ouro dialogar mais e com firmeza com sua equipe para que tenham mais união, pois equipe desunida não rende e quando chegar à próxima campanha ficará complicado obter êxito com o próprio grupo se odiando. O prefeito, em geral, é muito refém do Legislativo. Se um vereador se incomoda com o trabalho de um secretário ou diretor e pressiona para não autorizar isso ou aquilo, ele (o prefeito) acaba cedendo às pressões por medo de perder apoios. Aconteceu muito isso de um vereador pressioná-lo contra mim e o prefeito atendê-lo. Existe muita injustiça e falta de profissionalismo nas prefeituras. Muitas vezes tive que tirar do meu bolso para executar alguma ação, ao ter direitos negados. Tudo isso e muitas vezes por marcação, enquanto sabemos que com certas pessoas o tratamento é diferenciado, assim como sabemos que a situação financeira do município de Gentio do Ouro é confortável, principalmente devido aos impostos arrecadados com o complexo eólico. Vejo também que falta mais eficiência na execução dos projetos, pois é estranho muitas obras que nunca começam ou nunca parecem terminar. A Câmara de Vereador aprovou o Plano Plurianual 2017/2012 com previsão de 1 milhão de reais de gastos em quatro anos para o Turismo no Município, e quando estive secretário creio que não foram gastos com ações nem 150 mil em quase dois anos.
Achei injusto também, a divisão dos cargos, quando começou a atual gestão. Muitos secretários e suplentes de vereador que fizeram campanha e ajudaram a eleger o prefeito, sequer foram ouvidos para sugerir ou indicar cargos contratados pela prefeitura, já que se leva em conta a votação na hora de dividir os cargos. Em Gameleira do Assuruá, por exemplo, eu fui o segundo mais votado do grupo e nem isto foi considerado, ficando o prefeito refém mais uma vez de um vereador que escolheu todos os cargos da localidade.
Cobranças para estruturar a secretaria não faltaram. A de Turismo precisa de um veículo oficial, de mais profissionais, de equipamentos, de uma sede própria que pode funcionar dentro de um centro de atendimento ao turista, por exemplo. Inclusive, em 2018, sugeri ao prefeito a implantação de um centro de atendimento ao turista em Santo Inácio. Ofereci gratuitamente a garagem da minha residência que fica na entrada da vila, em uma localização estratégica e privilegiada, onde funcionaria também uma biblioteca e uma loja de artesanatos sem fins lucrativos e com o objetivo de ajudar os produtores do Município e também oferecer ao visitante a possibilidade de comprar uma lembrança. E seria contratada uma pessoa para o atendimento que iria, entre outras funções, orientar os visitantes em relação aos atrativos locais, indicação de guias, valores dos passeios, distribuição de material promocional etc. E a Secretaria de Turismo não foi atendida!
Pagina Revista | Oscar Guedes, uma equipe do Globo Repórter (Rede Globo de Televisão) esteve em Santo Inácio com o objetivo de coletar informações relevantes e diferenciadas, saber dos costumes dos moradores, da cultura local, entre outros. E sabemos que a presença dessa equipe começou a partir de uma publicação sua falando sobre a possibilidade de Santo Inácio ser a tão famosa e procurada “cidade perdida” do Brasil, compartilhada por vários meios de comunicação online e escrito, a exemplo do Pagina Revista. O que isso tudo significa para você?
Oscar Guedes | O repórter José Raimundo entrou em contato comigo, em 30 de janeiro, deste ano, um dia após eu pedir a minha exoneração do cargo de secretário. Ele me ligou para saber mais sobre uma publicação que fiz relacionando Santo Inácio com uma cidade perdida. Aproveitei a oportunidade e repassei o máximo de informações sobre a região de Santo Inácio, assim como as melhores imagens do meu arquivo; passamos a manter contato e sempre procurando atendê-lo da melhor forma para que tudo desse certo, e deu. A produção do programa optou por não direcionar a reportagem sobre o entorno de Santo Inácio ser “Cidade Perdida do Manuscrito 512” e a “Cidade Z do explorador inglês Percy Fawcett”, como afirma não ter dúvidas o pesquisador espanhol Juan Francisco Cerezo Torres. Acredito que preferiram direcionar mais para a pauta geral do programa que é “Bahia Desconhecida”. Também a produção exigiu a presença, em Santo Inácio, do espanhol Juan Torres para entrevistá-lo sobre a pauta “cidade perdida”, mas a vinda dele não foi possível.
Independentemente de focar sobre a cidade perdida ou até mesmo de ser entrevistado, o mais importante está sendo esse auge da localidade no cenário nacional e em muitos países onde a Globo alcança através da Globoplay. Significa um momento único, ímpar. Significa que devemos sempre acreditar em nossos objetivos e sonhos. Sempre acreditei no potencial de Santo Inácio, um lugar encantador. E o engraçado que sempre pensei na possibilidade de um dia Santo Inácio ser noticiado na grande mídia, pois potencial para ser destaque tem de sobra. Hoje, olho para trás e vejo o quanto cada detalhe e ação, por mais simples que foram, somaram para melhor conduzir cada resultado, ao longo desses quinze anos em que me instalei na localidade. As imagens aéreas produzidas pela produção do Globo Repórter, que irão ao ar nesta sexta-feira 13, estão um espetáculo!
Se por um lado acontecem resultados surpreendentes na vila de Santo Inácio, por outro lado é lamentável como o poder público em geral não leva a sério o Turismo no Brasil. Não só em Santo Inácio, como no município de Gentio do Ouro, assim como em muitos municípios brasileiros, falta uma infraestrutura adequada para o Turismo prosperar. Enquanto Santo Inácio consegue chamar a atenção da maior emissora de TV do Brasil e de um dos programas com grande audiência, a prefeitura parece não estar nem aí. Logo após as gravações para o Globo Repórter, eu articulei de todas as formas para tentar sensibilizar a gestão sobre a importância de fazer um trabalho neste momento único, porém foi em vão. Repassei muitas ideias, todo um planejamento; quais as prioridades para receber os novos visitantes que começarão a vir após a exibição da reportagem e, até então, não foi feito nada. Alertei inclusive sobre o prazo, que é importante agilizar sobre o que deve ser feito, e nada. Se existe algo para fazer, ainda não foi feito, e penso que deveria ter colocado muitas ações em prática era antes da exibição do programa e não deixar tudo para depois. É importante executar projetos voltados diretamente para o Turismo. A Câmara Técnica Chapada Velha, responsável também por conduzir o Turismo no Circuito Chapada Velha, que desde junho de 2017 é coordenada por Jace Araújo, secretária de Turismo de Barra do Mendes, também precisa desenvolver mais ações, por mais simples que sejam, envolvendo todos os municípios que fazem parte do circuito Chapada Velha. Não existe uma ação sequer colocada em prática, até então, através da Câmara Técnica Chapada Velha, nesses mais de dois anos, e nem antes. Quanto uma prefeitura não gasta para manter uma diretoria ou uma secretaria, para um diretor ou secretário participarem de reuniões e que muitas vezes não levam a lugar nenhum? Muitas vezes deixei de ir a alguma reunião por perceber que não acrescentaria em nada, preferindo focar nas ações.
Pagina Revista | Uma reportagem desse porte beneficiará o Município de que modo, em seu ponto de vista?
Oscar Guedes | Não só Santo Inácio, como todo o Município e a região serão beneficiados. Fomos praticamente presenteados com essa divulgação através dessa reportagem que irá ao ar, na próxima sexta, dia 13 de setembro. A previsão é que será mais visitado, muito mais do que o aumento que houve nos últimos dois anos. E qual o lugar que não quer ser mais visitado principalmente por turistas com um maior poder aquisitivo e dinheiro para gastar? É preciso, agora, o município se organizar para abraçar os ganchos e oportunidades que virão, seja a prefeitura ou a população em geral. Se o próprio município de Gentio do Ouro não procurar se organizar com o objetivo de prosperar o Turismo, vai perder espaço para municípios vizinhos como Xique-Xique e Barra. Os visitantes, em vez de se hospedarem e gastarem mais no município de Gentio do Ouro vão acabar migrando mais para essas cidades vizinhas por oferecerem uma infraestrutura mais adequada. Sendo assim, o Turismo no município de Gentio do Ouro, principalmente em Santo Inácio e Gameleira do Assuruá continuará se limitando aos bate-voltas. Até para fazer um “day use”, é necessário infraestrutura.
Pagina Revista | Santo Inácio antes, e depois de Oscar Guedes. As mudanças são notadas, estão estampadas na região. Você é parte viva do Município, especialmente de Santo Inácio. Quais sentimentos contém em você, ao se dar conta da importância imensurável para Turismo na região?
Oscar Guedes | E olha que eu não fiz nem a metade do que eu gostaria de ter feito! E o prefeito sabe disso, embora não seja capaz de assumir por questões políticas, por eu ter saído insatisfeito da gestão. Em nenhum momento, entrei no gabinete para solicitar algo pessoal ou para tramar irregularidades. Todas às vezes que me reuni foi para solicitar benefícios para todos, melhorias para o Município. As mudanças, em Santo Inácio, começaram antes de ocupar o cargo de secretário, pois sempre que posso faço algo, invento uma ação, organizo mutirões, procuro cuidar do lugar assim como todos devem zelar do condomínio que mora, da rua, do bairro, da cidade. Torço para que deem continuidade e conservem o que foi feito.
Portanto, sinto o dever cumprido de tentar mudar a realidade para melhor, seja como ser humano, cidadão ou gestor. De ter procurado cumprir a minha missão nesta vida da melhor forma possível. E, se tratando de lugar, escolhi praticamente “adotar” Santo Inácio. Sinto algo inexplicável, muito além da beleza encantadora. Talvez, a energia do lugar. Também desconfio ser algo com o ar que respiramos ou a água que bebemos. Sinto uma força infinita quando estou lá, observada e sentida até pelas pessoas que me conhecem e me acompanham.
Pagina Revista | Depois que você deixou a pasta, como ficou a Secretaria de Turismo do Município? Alguma evolução, ou está sem secretário?
Oscar Guedes | Está sem secretário, até então. Em maio, o prefeito resolveu nomear uma diretora de Turismo, provavelmente para a pasta não ficar sem ninguém, considerando que este era um dos pré-requisitos para o Município continuar no Mapa do Turismo Brasileiro, ao qual foi inserido pela primeira vez na minha gestão. Por falar em Mapa do Turismo Brasileiro, o Município entrou, em 2017, na categoria “E”. Em 2018, subiu para a categoria “D”. E, agora, em 2019, depois da minha saída, foi rebaixado para a categoria “E”. Até por questão de economicidade, logística e praticidade, quem deve estar à frente do Turismo no Município, em minha opinião, tem de ser uma pessoa de Santo Inácio ou Gameleira do Assuruá. Por quê? Para estar mais presente, ter mais conhecimento do lugar, para evitar mais gastos com deslocamentos, para melhor receber os visitantes, para estar acompanhando mais os acontecimentos e ações, entre outros, levando em conta que o maior potencial turístico do município está na região entre Santo Inácio e Gameleira do Assuruá. Alguns até discordam quando digo isso, talvez por ciúmes ou bairrismo. A melhor resposta para quem me criticava por investir mais em Santo Inácio foi a recente vinda da Rede Globo na região que só escolheu a “cidade de pedras” para quatro dias de filmagens para serem exibidas em quase um bloco inteiro do programa Globo Repórter e que será apresentado no primeiro bloco, o que tem mais audiência.
Pagina Revista | Como Guedes vê o futuro de Santo Inácio na rota do Turismo no Brasil?
Oscar Guedes | Santo Inácio tem tudo para ser um destino não só nacional como também internacional, como sempre acredito, desde 2004, ano que comecei a me instalar na vila. Essa desculpa que “porque não chove muito na região” é balela. Santo Inácio reúne uma diversidade de atrativos, desde belezas naturais que independem de chuva como uma infinidade de sítios arqueológicos principalmente de pinturas rupestres, além de aspectos históricos, culturais, religiosos, e desde o misticismo que ajuda o lugar a ser um refúgio. É fácil falar que não chove muito na região, mas o que tem feito o poder público e a população para conservar e preservar o meio ambiente e assim plantar dias vindouros mais chuvosos? Pesquisas e indícios indicam que chovia muito mais na região, há alguns séculos, quando tínhamos até rios correndo e descendo a serra, juntamente com riachos mais volumosos, que se interligavam o ano inteiro com o rio São Francisco, passando diretamente e em ciclo único onde “era” a Lagoa de Itaparica.
Se existe capacidade para destruir tudo, é preciso usar a capacidade para reverter essa situação. Ainda sobre o futuro de Santo Inácio, tudo vai depender dos investimentos do poder público em geral. Ultimamente, venho questionando, inclusive no grupo da Câmara Técnica Chapada Velha no WhatsApp: “O que a Secretaria Estadual de Turismo da Bahia (SETUR/BA) e o Ministério do Turismo tem feito pelo Circuito Chapada Velha da Chapada Diamantina? Praticamente nada! E, mesmo que o Município corra atrás, não é bem assim! O próprio sistema é muito injusto. Turismo, Meio ambiente e Cultura, infelizmente, não são prioridades neste país e, muitas vezes, nem em segundo plano tem uma atenção básica devida. Depois da minha experiência como secretário de Turismo de Gentio do Ouro, cheguei a conclusão que deve-se diversificar os investimentos. Educação, Saúde, Assistência Social, entre outras poucas pastas, recebem recursos automáticos todos os meses. Enquanto outras áreas, tão importantes como, não recebem um centavo dos governos estadual e federal. Ah, mas tem os convênios! Os convênios para o Turismo é uma novela em forma de piada! Lançam o edital, a secretaria municipal cumpre todos os “pré-requisitos” na expectativa de ser contemplada. Pode ser o melhor projeto do mundo que na prática não é assim que funciona. Tudo vai depender da politicagem, do “toma lá dá cá”, e para quem tem o perfil técnico ou mais técnico, acaba não sendo devidamente beneficiado.
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