Entrevista: Adelino Júnior, secretário municipal de Educação de Gentio do Ouro
Preste a completar oito anos à frente da Secretaria, Adelino iniciou o bate papo falando como se deu o seu ingresso ao cargo e sobre o seu longo período na pasta.
Na manhã desta terça-feira (23), o Portal Meio Minuto, entrevistou o Secretário Municipal de Educação de Gentio do Ouro, Adelino Almeida Júnior.
O Chefe da pasta divulgou o balanço dos principais investimentos, conquistas e os avanços na área da Educação - e as medidas implantadas para minimizar os efeitos da pandemia.
Adelino já foi candidato ao cargo de vereador no ano de 2004, questionado sobre a possibilidade de voltar a disputar um cargo eletivo, ele não descartou uma nova candidatura - e disse que o “campo político precisa voltar a pensar”.
MEIO MINUTO | O senhor atua como Secretário de Educação do município de Gentio do Ouro por um longo período. Como se deu o seu ingresso, e por quais razões aceitou o cargo?
ADELINO JÚNIOR - É simples. Tenho paixão por educação. É um desafio imensurável aceitar um cargo de tamanha dificuldade, investidura e principalmente responsabilidade. Já fui professor em todas as etapas do ensino básico, vice-diretor, diretor escolar. Me senti na condição de contribuir com o meu o município. Diferente de outras pastas, na educação o planejamento não é a curto prazo, é um processo que precisa ser continuado, planejando e replanejando. Para exercer esse cargo e independente de quem possa chegar ou estar à frente da Secretaria de Educação uma ruptura brusca afeta todo um processo educacional. Sou um entusiasta do trabalho com gente, pois é melhorando as pessoas que construímos uma cidade melhor. E a educação tem muito esse viés de aprender, desaprender, construir, reconstruir, é um processo de quebra e obtenção de novos paradigmas que surgem com a sociedade. Além da paixão pela educação e de ser um entusiasta do trabalho com gente, parafraseando Pepe Mujica, tenho consciência de que os melhores dirigentes são aqueles de que, quando se vão, deixam muitas pessoas que são melhores que eles mesmos.
MM | Em toda a história política do Município, o senhor é um dos que por mais tempo vem ocupando a Secretaria de Educação, isso te deu autonomia para trabalhar?
AJr. - Estamos caminhando para oito anos na Secretaria de Educação, eu acredito muito que autonomia na se dá, ela é construída e conquistada. Talvez ninguém consiga ter 100% de autonomia. Contudo, acredito que quase todas as ações da Secretaria de Educação, tanto com Robério, quanto com Ivonilton, houve muitas conversas para que as ações fossem fomentadas de forma transparente, equilibrada, honesta, e principalmente, que tornasse algo relevante para nossa educação. Acredito sempre nas discussões e decisões coletivas, e estas, mesmo com poder para defini-las, sejam pensadas e elaboradas em parceria.
MM | A Secretaria de Educação, assim como qualquer outro departamento, precisa de uma estrutura organizada para ter bons resultados. Já houve resistência em implementar algumas ações que o senhor julgava necessária?
AJr. - Com certeza. O processo de construção das ações tem que haver debates, discussões, discordâncias, consensos e viabilidade educacional e financeira. O processo de convencimento de quem não lida diretamente com qualquer setor, não é tão simples, mas é importante para que os gestores possam se inteirar dos procedimentos educacionais que darão êxito.
MM | Na qualidade de Secretário de Educação, cabe ao senhor promover uma gestão que busque garantir educação pública de qualidade para toda a população, poderia listar as principais conquistas da pasta?
AJr. - Elencarei aqui as principais:
1. Parceria com a UNEB para implantação da PARFOR – Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica, que formou mais de 20 alunos em pedagogia, de forma presencial, com professores da UNEB;
2. Criação do CME – Conselho Municipal de Educação;
3. Criação do SME – Sistema Municipal de Educação, que garante a legalização e autonomia da Rede Municipal de Ensino;
4. Criação do Programa Gentio do Ouro uma Nação de Leitores;
5. Criação do Projeto São João Literário, que foi vice-campeão brasileiro em uma das participações;
6. Coordenadores em todas as escolas pólo;
7. Parceria de dois anos com o Instituto Brasil Solidário;
8. Formação continuada para todos os professores, gestores e coordenadores da educação;
9. Gentio do Ouro representou a Bahia em fórum de educação do campo;
10. Gentio do Ouro representou a região de Irecê em fórum no Pacto pela Educação;
11. Visita a Sobral – CE, que é referência nacional em educação de qualidade;
12. Criação do Núcleo de Apoio Especializado à Educação – NAEE;
13. Monitoramento e acompanhamento das ações disparadas pela Secretaria de Educação;
14. Criação do Centro Educacional de Formação – CEFOR;
15. Criação da Olimpíada Municipal da Lingua portuguesa;
16. Criação do Prêmio Municipal de Educação;
17. Criação de Projeto de Honra ao Mérito, que condecora os professores em vida, pela sua construção educacional;
18. Reformulação do Plano de Carreira do Magistério;
19. Pagamento de todos os direitos dos Servidores;
20. Criação do dia municipal da leitura, 9 de julho;
21. Construção do Referencial Curricular do Município de Gentio do Ouro - RCMGO
22. Elevação do IDEB municipal para número nunca vistos, ficando em 3º na região e em 9º no fundamental I na Estado da Bahia;
MM | Os professores são os responsáveis pelos processos de ensino e aprendizagem, há forte engajamento destes profissionais, propiciando o aprimoramento da educação?
AJr. - Na nossa Rede Municipal nunca houve tanto engajamento e empenho dos nossos professores. Eles e elas, verdadeiramente estão de parabéns por construir um arcabouço favorável para que os nossos estudantes efetivem o direito de aprender. Evidentemente que precisamos avançar mais, entretanto, não é e nem será em um estalar de dedos. Será um processo construído há várias mãos, observando sempre as mudanças, a evolução, o equilíbrio, a sociedade, a nossa realidade e fundamentalmente a contemporaneidade.
MM | Quais os principais obstáculos e desafios enfrentados para implementar uma educação transformadora?
AJr. - São muitos. Desconstruir o que a sociedade tem como certo, não é tão simples e perpassa pela descontrução desse paradigma. Uma participação mais efetiva dos pais; formação continuada permanentemente; processos avaliativos mais qualitativos; investimentos em projetos pilotos de aprendizagem; evitar a descontinuidade das ações consideradas de êxito.
MM | Certamente o período de distanciamento social e suspensão das aulas presenciais tem potencial para dificultar a aprendizagem. Quais as medidas implantadas para minimizar os efeitos da pandemia e garantir o direito a educação?
AJr. - Verdadeiramente, este é um período para refletirmos muito, pois nunca havíamos passado por uma mudança de hábito tão grande. Logo no inicio tomamos a decisão de suspensão das aulas e em seguida estávamos com os documentos inicias prontos para que ocorressem as aulas de forma remota. Foi aprendendo, desaprendendo, reaprendendo e continuando nesse processo, que construímos saberes necessários para essa prática diferenciada, inovadora, que exige habilidades nunca antes experimentadas por muitos professores. Sabemos das lacunas no ensino remoto. O professor de forma presencial não será substituído, por mais que muitos tenham habilidades no processo virtual, mas a presença de cada um em sala de aula é incomparável. São relatórios (muitos), são fichas e mais fichas preenchidas, são avaliações, classificações e reclassificações de alunos e alunas, com a parceria do NAEE no projeto busca ativa com as escolas para não ficar ninguém de fora e garantir o direito de aprender. O retorno, não vejo possibilidade ainda. Estamos estruturando para um processo híbrido. Tenho a convicção que nossa rede está fazendo o melhor nas condições que tem, são excelentes vídeo aulas, são encaminhamentos diferenciados, são pais mais participativos e professores engajados alcançando todos, sem exceção.
MM | O cargo de Secretário Municipal de Educação possui natureza eminentemente política e o senhor já foi candidato a vereador no ano de 2004, há possibilidade de voltar a disputar um cargo eletivo?
AJr. - O processo político democrático é extremamente importante para construção da cidade que sonhamos. Uns para enriquecer, outros para satisfação do ego, outros por imposição da natureza e outros ainda, por querer uma cidade melhor. Acredito que Deus com o tempo seja o Senhor de todas as coisas, somente ele é capaz de mostrar os caminhos para tamanha responsabilidade. São caminhos, são legados, são trajetórias que estão aí para serem analisadas pelo povo. O processo político é inerente a determinas qualificações para essas escolhas. Gosto de desafios, amo minha terra e este campo político precisa voltar a pensar.
MM | Considerações finais:
AJr. – O processo educacional mudou muito nessa ultima década, precisamos acompanhar essa evolução e não será tão simples porque envolvem pessoas, costumes, paradigmas. A cada dia percebo que a sociedade precisa abraçar a educação, ter com ela um amor próprio, visto que é, e sempre será, a propulsora de transformações sociais. Quando um povo é socialmente educado, em todos os aspectos, há um alavanco que faz prosperar de forma una. Agradeço ao Meio Minuto por esse espaço democrático de exposição de ideias e me coloco a inteira disposição para dirimir quaisquer eventualidade.
FONTE: PORTAL MEIO MINUTO
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Preste a completar oito anos à frente da Secretaria, Adelino iniciou o bate papo falando como se deu o seu ingresso ao cargo e sobre o seu longo período na pasta.
Na manhã desta terça-feira (23), o Portal Meio Minuto, entrevistou o Secretário Municipal de Educação de Gentio do Ouro, Adelino Almeida Júnior.
O Chefe da pasta divulgou o balanço dos principais investimentos, conquistas e os avanços na área da Educação - e as medidas implantadas para minimizar os efeitos da pandemia.
Adelino já foi candidato ao cargo de vereador no ano de 2004, questionado sobre a possibilidade de voltar a disputar um cargo eletivo, ele não descartou uma nova candidatura - e disse que o “campo político precisa voltar a pensar”.
MEIO MINUTO | O senhor atua como Secretário de Educação do município de Gentio do Ouro por um longo período. Como se deu o seu ingresso, e por quais razões aceitou o cargo?
ADELINO JÚNIOR - É simples. Tenho paixão por educação. É um desafio imensurável aceitar um cargo de tamanha dificuldade, investidura e principalmente responsabilidade. Já fui professor em todas as etapas do ensino básico, vice-diretor, diretor escolar. Me senti na condição de contribuir com o meu o município. Diferente de outras pastas, na educação o planejamento não é a curto prazo, é um processo que precisa ser continuado, planejando e replanejando. Para exercer esse cargo e independente de quem possa chegar ou estar à frente da Secretaria de Educação uma ruptura brusca afeta todo um processo educacional. Sou um entusiasta do trabalho com gente, pois é melhorando as pessoas que construímos uma cidade melhor. E a educação tem muito esse viés de aprender, desaprender, construir, reconstruir, é um processo de quebra e obtenção de novos paradigmas que surgem com a sociedade. Além da paixão pela educação e de ser um entusiasta do trabalho com gente, parafraseando Pepe Mujica, tenho consciência de que os melhores dirigentes são aqueles de que, quando se vão, deixam muitas pessoas que são melhores que eles mesmos.
MM | Em toda a história política do Município, o senhor é um dos que por mais tempo vem ocupando a Secretaria de Educação, isso te deu autonomia para trabalhar?
AJr. - Estamos caminhando para oito anos na Secretaria de Educação, eu acredito muito que autonomia na se dá, ela é construída e conquistada. Talvez ninguém consiga ter 100% de autonomia. Contudo, acredito que quase todas as ações da Secretaria de Educação, tanto com Robério, quanto com Ivonilton, houve muitas conversas para que as ações fossem fomentadas de forma transparente, equilibrada, honesta, e principalmente, que tornasse algo relevante para nossa educação. Acredito sempre nas discussões e decisões coletivas, e estas, mesmo com poder para defini-las, sejam pensadas e elaboradas em parceria.
MM | A Secretaria de Educação, assim como qualquer outro departamento, precisa de uma estrutura organizada para ter bons resultados. Já houve resistência em implementar algumas ações que o senhor julgava necessária?
AJr. - Com certeza. O processo de construção das ações tem que haver debates, discussões, discordâncias, consensos e viabilidade educacional e financeira. O processo de convencimento de quem não lida diretamente com qualquer setor, não é tão simples, mas é importante para que os gestores possam se inteirar dos procedimentos educacionais que darão êxito.
MM | Na qualidade de Secretário de Educação, cabe ao senhor promover uma gestão que busque garantir educação pública de qualidade para toda a população, poderia listar as principais conquistas da pasta?
AJr. - Elencarei aqui as principais:
1. Parceria com a UNEB para implantação da PARFOR – Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica, que formou mais de 20 alunos em pedagogia, de forma presencial, com professores da UNEB;
2. Criação do CME – Conselho Municipal de Educação;
3. Criação do SME – Sistema Municipal de Educação, que garante a legalização e autonomia da Rede Municipal de Ensino;
4. Criação do Programa Gentio do Ouro uma Nação de Leitores;
5. Criação do Projeto São João Literário, que foi vice-campeão brasileiro em uma das participações;
6. Coordenadores em todas as escolas pólo;
7. Parceria de dois anos com o Instituto Brasil Solidário;
8. Formação continuada para todos os professores, gestores e coordenadores da educação;
9. Gentio do Ouro representou a Bahia em fórum de educação do campo;
10. Gentio do Ouro representou a região de Irecê em fórum no Pacto pela Educação;
11. Visita a Sobral – CE, que é referência nacional em educação de qualidade;
12. Criação do Núcleo de Apoio Especializado à Educação – NAEE;
13. Monitoramento e acompanhamento das ações disparadas pela Secretaria de Educação;
14. Criação do Centro Educacional de Formação – CEFOR;
15. Criação da Olimpíada Municipal da Lingua portuguesa;
16. Criação do Prêmio Municipal de Educação;
17. Criação de Projeto de Honra ao Mérito, que condecora os professores em vida, pela sua construção educacional;
18. Reformulação do Plano de Carreira do Magistério;
19. Pagamento de todos os direitos dos Servidores;
20. Criação do dia municipal da leitura, 9 de julho;
21. Construção do Referencial Curricular do Município de Gentio do Ouro - RCMGO
22. Elevação do IDEB municipal para número nunca vistos, ficando em 3º na região e em 9º no fundamental I na Estado da Bahia;
MM | Os professores são os responsáveis pelos processos de ensino e aprendizagem, há forte engajamento destes profissionais, propiciando o aprimoramento da educação?
AJr. - Na nossa Rede Municipal nunca houve tanto engajamento e empenho dos nossos professores. Eles e elas, verdadeiramente estão de parabéns por construir um arcabouço favorável para que os nossos estudantes efetivem o direito de aprender. Evidentemente que precisamos avançar mais, entretanto, não é e nem será em um estalar de dedos. Será um processo construído há várias mãos, observando sempre as mudanças, a evolução, o equilíbrio, a sociedade, a nossa realidade e fundamentalmente a contemporaneidade.
MM | Quais os principais obstáculos e desafios enfrentados para implementar uma educação transformadora?
AJr. - São muitos. Desconstruir o que a sociedade tem como certo, não é tão simples e perpassa pela descontrução desse paradigma. Uma participação mais efetiva dos pais; formação continuada permanentemente; processos avaliativos mais qualitativos; investimentos em projetos pilotos de aprendizagem; evitar a descontinuidade das ações consideradas de êxito.
MM | Certamente o período de distanciamento social e suspensão das aulas presenciais tem potencial para dificultar a aprendizagem. Quais as medidas implantadas para minimizar os efeitos da pandemia e garantir o direito a educação?
AJr. - Verdadeiramente, este é um período para refletirmos muito, pois nunca havíamos passado por uma mudança de hábito tão grande. Logo no inicio tomamos a decisão de suspensão das aulas e em seguida estávamos com os documentos inicias prontos para que ocorressem as aulas de forma remota. Foi aprendendo, desaprendendo, reaprendendo e continuando nesse processo, que construímos saberes necessários para essa prática diferenciada, inovadora, que exige habilidades nunca antes experimentadas por muitos professores. Sabemos das lacunas no ensino remoto. O professor de forma presencial não será substituído, por mais que muitos tenham habilidades no processo virtual, mas a presença de cada um em sala de aula é incomparável. São relatórios (muitos), são fichas e mais fichas preenchidas, são avaliações, classificações e reclassificações de alunos e alunas, com a parceria do NAEE no projeto busca ativa com as escolas para não ficar ninguém de fora e garantir o direito de aprender. O retorno, não vejo possibilidade ainda. Estamos estruturando para um processo híbrido. Tenho a convicção que nossa rede está fazendo o melhor nas condições que tem, são excelentes vídeo aulas, são encaminhamentos diferenciados, são pais mais participativos e professores engajados alcançando todos, sem exceção.
MM | O cargo de Secretário Municipal de Educação possui natureza eminentemente política e o senhor já foi candidato a vereador no ano de 2004, há possibilidade de voltar a disputar um cargo eletivo?
AJr. - O processo político democrático é extremamente importante para construção da cidade que sonhamos. Uns para enriquecer, outros para satisfação do ego, outros por imposição da natureza e outros ainda, por querer uma cidade melhor. Acredito que Deus com o tempo seja o Senhor de todas as coisas, somente ele é capaz de mostrar os caminhos para tamanha responsabilidade. São caminhos, são legados, são trajetórias que estão aí para serem analisadas pelo povo. O processo político é inerente a determinas qualificações para essas escolhas. Gosto de desafios, amo minha terra e este campo político precisa voltar a pensar.
MM | Considerações finais:
AJr. – O processo educacional mudou muito nessa ultima década, precisamos acompanhar essa evolução e não será tão simples porque envolvem pessoas, costumes, paradigmas. A cada dia percebo que a sociedade precisa abraçar a educação, ter com ela um amor próprio, visto que é, e sempre será, a propulsora de transformações sociais. Quando um povo é socialmente educado, em todos os aspectos, há um alavanco que faz prosperar de forma una. Agradeço ao Meio Minuto por esse espaço democrático de exposição de ideias e me coloco a inteira disposição para dirimir quaisquer eventualidade.
FONTE: PORTAL MEIO MINUTO
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