– A implosão levantou uma grande nuvem de poeira que demorou horas para se dissipar – foi registrada em trecho conhecido como ‘Bertulina’ - entre os povoados de Barriguda e Tiririca, no interior do município de Gentio do Ouro –
Na última sexta-feira (25/08), o silêncio da natureza e o som dos animais da caatinga foram interrompidos com estrondo ensurdecedor após parte do topo de uma serra ter sido explodida para o processo de nivelamento de obras de instalações de empreendimentos no setor de energia eólica.
A explosão levantou uma grande nuvem de poeira que demorou horas para se dissipar. Conforme relatos, a implosão aconteceu em trecho conhecido como ‘Bertulina’ - entre os povoados de Barriguda e Tiririca - no interior do município de Gentio do Ouro.
O tráfego intenso de caminhões e as explosões das rochas na região, tem provocado o pouco conhecido impacto negativo, como a morte de animais e a destruição da vegetação nativa bastante preservada em regiões onde os agricultores não costumam plantar devido às condições do solo.
Com a chegada das eólicas, várias serras do município de Gentio do Ouro estão sofrendo com o desmatamento para instalação dos aerogeradores, quanto as áreas que são desmatadas para a construção de estradas.
Embora não sejam novidade em solo gentiourense, onde há parques eólicos em operação desde 2014, os empreendimentos têm se expandido a um ritmo acelerado ao longo de 2023.
De acordo com informações da ENGIE Brasil Energia, mais de 180 aerogeradores devem ser instalados em Gentio do Ouro ao longo dos próximos anos.
Embora a energia eólica é propagandeada como “limpa e sustentável”, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), vêm há oito anos estudando os efeitos maléficos na Caatinga.
Segundo o pesquisador Felipe Melo, do Departamento de Botânica da UFPE, a região Nordeste é responsável por 86% da produção de energia eólica do Brasil, com destaque para a Caatinga, que abriga 78% de todas as turbinas instaladas no país.
– "É uma situação preocupante, porque esse é o bioma nacional mais vulnerável" – alerta.
A falta de fiscalização dos órgãos ambientais e a facilidade com que esses empreendimentos conseguem se instalar nas serras talvez sejam fatores para o agravamento dos danos ambientais.
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