"Não só os profissionais de saúde estão expostos, mas toda a população", diz Dra. Rebeca em entrevista
Rebeca se formou em Medicina pela Universidade Tiradentes, em Aracaju, capital de Sergipe
O sonho de muitos pais é que o filho ou filha se forme em medicina, esta realização já faz parte da vida da jovem Rebeca Mariano de 22 anos e dos seus familiares, principalmente dos seus pais, Edmundo Mariano e Mônica Bastos.
No dia 24 de abril de 2020, aconteceu a colação de grau em uma cerimônia virtual por conta da pandemia do coronavírus.
Como resultado do esforço e reflexos da sua conduta profissional durante a vida acadêmica, a nova médica foi contratada pela Prefeitura de Gentio do Ouro e já está atendendo desde 29 de abril de 2020.
Em entrevista ao Portal Meio Minuto, a Dra. Rebeca falou sobre as dificuldades em meio à pandemia e esclareceu sobre a polêmica em torno de um áudio feito por uma Auxiliar de Serviços Gerais do Hospital de Gentio do Ouro.
MM | Gostaríamos de parabenizá-la pela sua formatura. Que os dias que se aproximam sejam de muito sucesso para sua vida profissional.
Resposta: De antemão, muito obrigada pelo carinho e atenção.
MM | Quais são os maiores desafios de se formar em meio à pandemia?
Resposta: Como em todo início de carreira, não é fácil encarar a profissão de um dia para o outro. A crise do COVID-19 é um momento de aprendizado. O caos e a incerteza exigem um foco constante nos princípios médicos fundamentais e na modelagem consistente de profissionalismo, altruísmo, qualidade e segurança. O risco é inerente à medicina, para pacientes e profissionais de saúde. No entanto, geralmente, os riscos para os médicos são considerados gerenciáveis e aceitos por nós como parte de nossa responsabilidade em agir no melhor interesse de um paciente. Mas cuidar dos pacientes no momento em que estamos vivendo (pandemia) exige uma nova forma de cuidado. É um diálogo constante de: Estou segura? Meu paciente está seguro? Esse atendimento é adequado? Estou fazendo tudo o que posso? Isso é contínuo. Apesar disso, eu sei que os planos de Deus são muito melhores e maiores que os meus e sou imensamente grata por esse novo capítulo que está só começando, mesmo diante dessa pandemia.
MM | Foi você quem ministrou o treinamento de capacitação teórico e prático com os profissionais de saúde para assistência aos casos de coronavírus, triagem, teste e tratamento da Covid-19 no município de Gentio do Ouro?
Resposta: Sim. Realizamos a capacitação com as equipes do Hospital Municipal de Gentio do Ouro (HMGO), UBS Matilde Pereira Dias, UBS Ana Joaquina de Jesus, UBS Isaura Maria do Espírito Santo e UBS Alfredo Henrique Sampaio. Elaboramos também um documento de protocolo assistencial que visa estabelecer o fluxograma de atendimento, diagnóstico e notificação de possíveis casos suspeitos e/ou confirmados do novo coronavírus COVID-19 no Município de Gentio do Ouro, assim como as medidas preventivas que visam proteger os nossos profissionais de saúde, colaboradores e pacientes. Educar os profissionais agora sobre seus possíveis papéis, desafios, uso de EPI e as adaptações esperadas à sua prática, pode ajudar a capacitá-los e antecipar suas necessidades. A pandemia é um evento dinâmico de longo prazo que exigirá o desenvolvimento de estratégias proativas quase que constantes.
MM | Recentemente circulou um áudio em grupos do WhatsApp onde uma Auxiliar de Serviços Gerais relata que um paciente com sintomas do Covid-19 havia sido atendido no Hospital de Gentio do Ouro, segundo o relato, a Auxiliar alega que foi exposta ao contágio: "Se eles não soubesse eram alguma coisa, mais assim... eles sabiam, eles nos expuseram porque queriam, porque quiseram, de verdade, a gente nem sabe mais o que fazer" [diz trecho do áudio]. Gostaria de saber como o Hospital tem se estruturado para isolamento físico dos pacientes infectados e os que estão em monitoramento? Quais são as dificuldades operacionais?
Resposta: É imprescindível esclarecer que estamos em uma pandemia, e diante desse contexto, diariamente, não só os profissionais de saúde estão expostos, mas toda a população. A orientação dada aos profissionais que trabalham no hospital e em todas as unidades de saúde é para tratar todos os pacientes como se suspeitos fossem, essa é uma maneira de garantir a proteção de todos. O referido paciente deu entrada no hospital, ao ser dado como suspeito, o enfermeiro, única pessoa além de mim, a ter contato com o paciente foi comunicado. O paciente foi encaminhado para o isolamento domiciliar, onde recebeu uma profissional habilitada para a coleta de material para o diagnóstico. Todas as pessoas do convívio do paciente foram notificadas, e também ficaram em isolamento. Houve o monitoramento de todos até o resultado, que por sua vez deu negativo. Ninguém correu nenhum risco além daquele imposto pela própria pandemia. É compreensível que as pessoas fiquem assustadas, mas é preciso manter a calma, nesse momento tão conturbado. Acredito que o áudio tenha sido resultado de um momento de medo. Temos realizado campanhas de informações, para que os pacientes saibam em que local devem procurar o atendimento conforme o sintoma apresentado. É normal que alguns deles se dirijam ao hospital. No atendimento, o cuidado é iniciado com o uso obrigatório de máscara na Unidade ou no Hospital. Na recepção, a distância mínima de um metro é respeitada entre os pacientes e o profissional responsável pela triagem. Para a triagem, há um formulário onde realizamos perguntas e estratificamos o risco do paciente conforme os sintomas apresentados para considerarmos suspeito. Caso apresente risco baixo, a unidade seguirá o fluxo normal de atendimento. Caso apresente risco médio ou alto, o paciente será levado a uma área estruturada de isolamento, onde realizaremos o atendimento com todas as medidas de precaução específicas, conforme protocolo. No atendimento, iremos definir os casos leves - manejados e acompanhados pela UBS - e graves, que ficarão na ALA COVID-19 do Hospital, até a alta ou transferência para nossa referência. O monitoramento dos pacientes suspeitos, das pessoas que estão vindo de lugares com casos positivos de COVID-19, está sendo realizados a cada 24h ou 48h através do teleatendimento pelos agentes comunitários de saúde, devidamente treinados e capacitados. Caso apresentem sintomas, o caso será notificado e as medidas para confirmação diagnóstica e tratamento serão realizadas de maneira individualizada. Todo o nosso protocolo/fluxograma de atendimento é baseado nas orientações da Organização Mundial de Saúde e Ministério da Saúde.
MM | Quais as principais medidas o Hospital tem adotado para proteção dos médicos, enfermeiros, pacientes e demais profissionais da linha da frente contra a infecção do coronavírus?
Resposta: Enquanto a pandemia continua a explodir, o hospital tem se esforçando para intensificar suas medidas para proteger pacientes e profissionais de saúde contra o vírus. Proteger nossos profissionais de saúde é essencial para que eles possam fornecer com segurança um cuidado compassivo aos nossos pacientes. Na corrida para responder à crise do Covid-19, a Prefeitura e a Secretaria de Saúde não têm medido esforços para cuidar daqueles que cuidam da população, além de possuirmos todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) recomendados pela OMS – luvas, máscara cirúrgica, máscara de proteção respiratória, avental e macacão impermeável, óculos e protetor facial, gorro - os profissionais foram treinados para colocação e remoção dos mesmos.
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Rebeca se formou em Medicina pela Universidade Tiradentes, em Aracaju, capital de Sergipe
O sonho de muitos pais é que o filho ou filha se forme em medicina, esta realização já faz parte da vida da jovem Rebeca Mariano de 22 anos e dos seus familiares, principalmente dos seus pais, Edmundo Mariano e Mônica Bastos.
No dia 24 de abril de 2020, aconteceu a colação de grau em uma cerimônia virtual por conta da pandemia do coronavírus.
Como resultado do esforço e reflexos da sua conduta profissional durante a vida acadêmica, a nova médica foi contratada pela Prefeitura de Gentio do Ouro e já está atendendo desde 29 de abril de 2020.
Em entrevista ao Portal Meio Minuto, a Dra. Rebeca falou sobre as dificuldades em meio à pandemia e esclareceu sobre a polêmica em torno de um áudio feito por uma Auxiliar de Serviços Gerais do Hospital de Gentio do Ouro.
MM | Gostaríamos de parabenizá-la pela sua formatura. Que os dias que se aproximam sejam de muito sucesso para sua vida profissional.
Resposta: De antemão, muito obrigada pelo carinho e atenção.
MM | Quais são os maiores desafios de se formar em meio à pandemia?
Resposta: Como em todo início de carreira, não é fácil encarar a profissão de um dia para o outro. A crise do COVID-19 é um momento de aprendizado. O caos e a incerteza exigem um foco constante nos princípios médicos fundamentais e na modelagem consistente de profissionalismo, altruísmo, qualidade e segurança. O risco é inerente à medicina, para pacientes e profissionais de saúde. No entanto, geralmente, os riscos para os médicos são considerados gerenciáveis e aceitos por nós como parte de nossa responsabilidade em agir no melhor interesse de um paciente. Mas cuidar dos pacientes no momento em que estamos vivendo (pandemia) exige uma nova forma de cuidado. É um diálogo constante de: Estou segura? Meu paciente está seguro? Esse atendimento é adequado? Estou fazendo tudo o que posso? Isso é contínuo. Apesar disso, eu sei que os planos de Deus são muito melhores e maiores que os meus e sou imensamente grata por esse novo capítulo que está só começando, mesmo diante dessa pandemia.
MM | Foi você quem ministrou o treinamento de capacitação teórico e prático com os profissionais de saúde para assistência aos casos de coronavírus, triagem, teste e tratamento da Covid-19 no município de Gentio do Ouro?
Resposta: Sim. Realizamos a capacitação com as equipes do Hospital Municipal de Gentio do Ouro (HMGO), UBS Matilde Pereira Dias, UBS Ana Joaquina de Jesus, UBS Isaura Maria do Espírito Santo e UBS Alfredo Henrique Sampaio. Elaboramos também um documento de protocolo assistencial que visa estabelecer o fluxograma de atendimento, diagnóstico e notificação de possíveis casos suspeitos e/ou confirmados do novo coronavírus COVID-19 no Município de Gentio do Ouro, assim como as medidas preventivas que visam proteger os nossos profissionais de saúde, colaboradores e pacientes. Educar os profissionais agora sobre seus possíveis papéis, desafios, uso de EPI e as adaptações esperadas à sua prática, pode ajudar a capacitá-los e antecipar suas necessidades. A pandemia é um evento dinâmico de longo prazo que exigirá o desenvolvimento de estratégias proativas quase que constantes.
MM | Recentemente circulou um áudio em grupos do WhatsApp onde uma Auxiliar de Serviços Gerais relata que um paciente com sintomas do Covid-19 havia sido atendido no Hospital de Gentio do Ouro, segundo o relato, a Auxiliar alega que foi exposta ao contágio: "Se eles não soubesse eram alguma coisa, mais assim... eles sabiam, eles nos expuseram porque queriam, porque quiseram, de verdade, a gente nem sabe mais o que fazer" [diz trecho do áudio]. Gostaria de saber como o Hospital tem se estruturado para isolamento físico dos pacientes infectados e os que estão em monitoramento? Quais são as dificuldades operacionais?
Resposta: É imprescindível esclarecer que estamos em uma pandemia, e diante desse contexto, diariamente, não só os profissionais de saúde estão expostos, mas toda a população. A orientação dada aos profissionais que trabalham no hospital e em todas as unidades de saúde é para tratar todos os pacientes como se suspeitos fossem, essa é uma maneira de garantir a proteção de todos. O referido paciente deu entrada no hospital, ao ser dado como suspeito, o enfermeiro, única pessoa além de mim, a ter contato com o paciente foi comunicado. O paciente foi encaminhado para o isolamento domiciliar, onde recebeu uma profissional habilitada para a coleta de material para o diagnóstico. Todas as pessoas do convívio do paciente foram notificadas, e também ficaram em isolamento. Houve o monitoramento de todos até o resultado, que por sua vez deu negativo. Ninguém correu nenhum risco além daquele imposto pela própria pandemia. É compreensível que as pessoas fiquem assustadas, mas é preciso manter a calma, nesse momento tão conturbado. Acredito que o áudio tenha sido resultado de um momento de medo. Temos realizado campanhas de informações, para que os pacientes saibam em que local devem procurar o atendimento conforme o sintoma apresentado. É normal que alguns deles se dirijam ao hospital. No atendimento, o cuidado é iniciado com o uso obrigatório de máscara na Unidade ou no Hospital. Na recepção, a distância mínima de um metro é respeitada entre os pacientes e o profissional responsável pela triagem. Para a triagem, há um formulário onde realizamos perguntas e estratificamos o risco do paciente conforme os sintomas apresentados para considerarmos suspeito. Caso apresente risco baixo, a unidade seguirá o fluxo normal de atendimento. Caso apresente risco médio ou alto, o paciente será levado a uma área estruturada de isolamento, onde realizaremos o atendimento com todas as medidas de precaução específicas, conforme protocolo. No atendimento, iremos definir os casos leves - manejados e acompanhados pela UBS - e graves, que ficarão na ALA COVID-19 do Hospital, até a alta ou transferência para nossa referência. O monitoramento dos pacientes suspeitos, das pessoas que estão vindo de lugares com casos positivos de COVID-19, está sendo realizados a cada 24h ou 48h através do teleatendimento pelos agentes comunitários de saúde, devidamente treinados e capacitados. Caso apresentem sintomas, o caso será notificado e as medidas para confirmação diagnóstica e tratamento serão realizadas de maneira individualizada. Todo o nosso protocolo/fluxograma de atendimento é baseado nas orientações da Organização Mundial de Saúde e Ministério da Saúde.
MM | Quais as principais medidas o Hospital tem adotado para proteção dos médicos, enfermeiros, pacientes e demais profissionais da linha da frente contra a infecção do coronavírus?
Resposta: Enquanto a pandemia continua a explodir, o hospital tem se esforçando para intensificar suas medidas para proteger pacientes e profissionais de saúde contra o vírus. Proteger nossos profissionais de saúde é essencial para que eles possam fornecer com segurança um cuidado compassivo aos nossos pacientes. Na corrida para responder à crise do Covid-19, a Prefeitura e a Secretaria de Saúde não têm medido esforços para cuidar daqueles que cuidam da população, além de possuirmos todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) recomendados pela OMS – luvas, máscara cirúrgica, máscara de proteção respiratória, avental e macacão impermeável, óculos e protetor facial, gorro - os profissionais foram treinados para colocação e remoção dos mesmos.
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